Os Sateré-Mawé habitam, como já foi referido,na região média do rio
Amazonas. Nesses espaços, cada família elementar possui a sua residência, na
qual se encontra o fogo que serve tanto para preparar a comida, como para
aquecer e reunir os moradores; a cozinha, construída a meio caminho entre a
casa e o rio, onde os homens torram o guaraná e as mulheres preparam a farinha
de mandioca; e, também, o porto, como é conhecido o local às margens dos rios,
onde a família toma banho, lava a roupa, deixa a mandioca de molho, lava o
guaraná e ancora as suas canoas.
Os Sateré-Mawé são organizados sob a autoridade do chefe da família
extensa, que aí reside com as famílias dos seus filhos e os seus netos. O chefe
da família extensa organiza a produção do sítio, orientando as atividades
econômicas dos seus filhos e genros.
Os sítios são um domínio privado, onde a terra e os demais recursos da
natureza são apropriados pelas famílias elementares, que se submetem à
autoridade do chefe do grupo familiar, tradicionalmente reconhecido como o dono
do lugar.
Assim, o sítio é o grupo local, funcionando como unidade básica da
organização política e económica dos Sateré-Mawé, podendo vir a transformar-se
em aldeia quando o número de famílias elementares aumenta ou quando,
independentemente disto, o seu chefe passa a ser visto como um “tuxaua”.
Atualmente, a maior parte das aldeias obedece ao
traçado de um arruado, semelhante aos povoados da região. Aí, encontramos as
residências das famílias elementares, as cozinhas, os portos, igrejas de
diferentes congregações, a escola e enfermaria. Nos arredores das aldeias
localizam-se as roças de mandioca, os guaranazais, os pomares e demais plantações,
que pertencem a cada família elementar.